Vamos lá, primeiro de tudo, não dá pra considerar o segundo reinado como grande coisa por que foi um reinado de sete dias que nem deveria ter acontecido (fazia muito mais sentido ter esticado o reinado do Braun Strowman em mais uma semana), então o foco é no primeiro reinado, que começou com uma feud bem interessante contra o Daniel Bryan, que gerou um ataque ainda mais legal que tirou Bryan por um tempo dos ringues (aquele onde o The Fiend puxou o Bryan pra debaixo do ringue e descabelou o vegano), ocupando o The Fiend com o Braun Strowman de forma aleatória e o The Miz de forma mais séria, o que levou a um combate entre eles no final do ano, e um segmento na casa do The Miz envolvendo Maryse e a filha deles. Passados os dois, Bryan retorna e leva em frente a história pra lá de interessante com o Bray, com direito a uma icônica strap match, onde o The Fiend bancou o pai de família das antigas (ou o Hulk Hogan pistola), tacando cinturadas no Daniel até ele ficar literalmente com o couro quente. Legal como o Bryan é um dos poucos caras da WWE que arranca grandes lutas contra o Bray. Aí veio a feud pro Super Showdown com o Goldberg e o The Fiend até que fez graça, mas no fim perdeu rápido (por que o Goldberg mesmo daquele tamanho não aguenta mais que cinco minutos de luta) e o reinado foi cortado antes do que devia. Detalhe é que a WWE nunca ligou muito para o Bray ou The Fiend e talvez esse seja o motivo do booking duvidoso dos reinados, ou até mesmo para os longos hiatos que o personagem atravessa, como esse de agora (ele é do RAW né?).

Fica à frente do Bray Wyatt, mesmo sendo um reinado improvisado que a WWE nem pensava em bookar há umas duas semanas da Coronamania (mas que rolou por que o Roman Reigns deu o vaza),  acabou por ser um reinado deveras interessante, tudo isso por conta da melhor feud da WWE em 2020 ter sido o norte dele: a feud contra as três faces de Wyatt. Intercalada por uma feud boa e curta contra The Miz e John Morrison (que reservou semanas seguidas de ótimos segmentos), essa feud mostrou a busca constante do Bray Wyatt por recuperar seu título perdido meses antes e a resistência do Strowman às "evoluções" do personagem (Firefly, Pântano e The Fiend) até decair diante de sua forma final (e de forma suspeita). Bons segmentos com Miz e Morrison, o retorno da forma primária do Bray Wyatt e o início da fase dark da Alexa (que aleatoriamente entrou nessa feud) foram pontos importantes que aconteceram nesse reinado, e foi bem engraçado ver que o Bray Wyatt teve um trabalho melhor como desafiante do que como campeão. Mas sim, um dos motivos para que o SmackDown tenha sido assistível durante a era Performance Center foi a rivalidade Braun-Bray.

O antigo grande rosto do Universal Championship (do tempo em que o título era pertencente ao RAW), Lesnar teve um primeiro reinado icônico e propositalmente bem longo por parte da WWE (Punk?), durando quase um ano e meio (entre a Wrestlemania 33 e o Summerslam 2018) com o título e varrendo os grandes nomes do RAW (e o AJ Styles no Survivor Series) nesse período. Nomes como Goldberg, Samoa Joe (melhor feud do Joe na WWE), Bray Wyatt, Finn Bálor (a tão sonhada segunda chance foi aqui), Seth Rollins, Braun Strowman e Roman Reigns (com direito a uma surpreendente vitória na Wrestlemania 34). E para o Reigns acabar com esse reinado precisou de várias chances, só ganhando quando não tinha mais jeito (e quando o Lesnar quis dar um tempo fora da televisão pra caçar animais silvestres). Lesnar voltou a rota do título meses depois e acabou ganhando-o pela segunda vez (no infame Crown Jewel de 2018) após o Reigns contrair leucemia novamente e vagar o título, feudando contra o Strowman, o Bryan, e contra o Rollins, que encerrou seu segundo e terceiro reinado (este último tampão), na tentativa da WWE de usar o hate do Brock para elevar o ex-Architect. Lesnar teve grandes momentos com o título, elevando a credibilidade do mesmo, e portanto abre nosso pódio, por que ele só largou do osso no final de 2019, quando a WWE jogou ele na rota do WWE Championship, que estava com o Kofi Kingston. Sim, foram dois anos e meio rondando o título.

Foi o primeiro reinado de fato (uma vez que o Bálor dropou o título logo após tê-lo vencido), isso já faz tempo (quase cinco anos!) mas quem lembra o quão bom foi? Eu lembro, e basicamente o reinado dele se resumiu a três feuds: duas muito boas contra Seth Rollins (que envolveu de certa forma o Triple H e rendeu uma grande Hell in a Cell Match) e Roman Reigns, intercaladas pelo Survivor Series Interbrand (onde o Owens basicamente rivalizou com o SmackDown) e que renderam uma sequência generosa não só de boas lutas mas também de grandes promos tanto do Owens quanto do Chris Jericho, que era a cereja do bolo desse reinado, auxiliando Owens com sua lista, vencendo o United States Championship de Roman Reigns durante a feud e protagonizando o incólume festival da amizade, onde Jericho sofreu um face-turn e Owens perdeu seu grande aliado no reinado, e semanas depois o título para Goldberg, apenas por que a WWE achou melhor que a revanche Lesnar-Goldberg envolvesse o título ao invés da melhor feud que o RAW tinha para aquela Road To Wrestlemania. Uma pena, mas o reinado fica pra história, por que mostrou que o Kevin Owens é um cara completo, que o Jericho ainda tinha muita lenha pra queimar (e a estadia na AEW comprovou isso), e que com um booking a WWE conseguiria uma chuva de estrelas de última geração. Será que Owens se tornará campeão mundial novamente na WWE? Vai saber.

É ele o maior campeão Universal até o momento, e abrindo distância para seus colegas campeões, por que ele é o campeão de momento. Reigns teve um primeiro reinado em 2018, quando a WWE achou que era hora de torná-lo campeão mundial novamente após ataques dos "fãs" da empresa no Romano (na verdade eram apenas fãs de wrestling, relevem). E foi um reinado que se resumiu numa feud curta contra o Braun Strowman (aquela onde o Strowman falhou o cash-in após dar No-Contest dentro de uma Hell in a Cell) e na revanche que nunca aconteceu contra Brock Lesnar. Passados dois anos, Reigns, curado da leucemia, varrido o midcard da empresa, e se sentido seguro para lutar em meio a pandemia faz mais um retorno à WWE e vence o título novamente no infame Payback 2020. E daí começou o reinado dele em que estamos, que está funcionando muito bem pelo fator novidade: Reigns está heel pela primeira vez desde o face-turn do The Shield em 2014, e está MUITO a vontade nesse papel de "chefe" do SmackDown, com Paul Heyman ao lado dele para elevá-lo ainda mais, seu primo anexo Jey Uso (que rendeu uma ótima feud contra Reigns no final do ano), e claro, os maneirismos que Reigns conseguiu imprimir ao personagem. Mas como lhe fez bem gravar Hobbs e Shaw! Além do Jey Uso, Reigns também rivalizou na Road To Wrestlemania contra Kevin Owens, Edge, Daniel Bryan (com direito a expulsar Bryan do SmackDown) e Cesaro, sem contar numa sequência absurda de bons combates nos Pay-Per-Views (apesar dos excessos de interferências), e pelo jeito entrará em feud contra a família Mysterio, no que deve gerar uma defesa contra o Rey (e a WWE está pensando em colocar o John Cena em seguida, é pouco?). É um reinado que está na história e que lembraremos muito bem dele no futuro. E olha que ele não dá sinais de que acabará tão cedo, provavelmente ultrapassando a marca de um ano. A evolução do Roman Reigns como wrestler, somado ao ótimo booking que a WWE lhe deu e a qualidade das defesas fazem com que Roman Reigns seja de momento o maior Universal Champion da história, e de longe (como disse o lúcido Phillip) a melhor coisa da WWE neste instante.

Mas é isso turma, por hoje é só, terminamos a resenha. Gostaria de agradecer ao QC pela sugestão do tema de hoje, e sintam-se a vontade para sugerir temas também, pois vai que ele vira uma edição? No mais, quero saber de vocês nos comentários qual é o maior Universal Champion da história nas visões de vocês. Concordam com a lista ou discordam? E qual é o Power Couple do Wrestling? Respondam aí. Espero vocês na próxima edição deste quadro, que é na semana de gaiola vermelha. Forte Abraço!