Bom dia, boa tarde e boa noite senhoras e senhores que acessam este quadro! Chegamos a dezembro e com isso e com a agenda de PPVs da WWE encerrada para este ano, já podemos fazer aquele velho saldo do ano da empresa dos McMahon, juntando o que de pior e melhor rolou por lá neste ano, e de quebra, começando os trabalhos deste blog meio parado e muito querido durante o último mês desse ano. Primeiro vamos ao mais fácil e mais tóxico: falar mal da WWE e das bizarrices que a empresa cometeu ao longo do ano. Sem enrolações vamos a lista daqueles que eu considero os cinco principais erros que a WWE cometeu em 2021:

Ah o Summerslam, aquele que talvez tenha sido o pior Pay-Per-View do ano, numa verdadeira aula de como não fazer um Pay-Per-View, pois a WWE meteu toda a pompa possível para um evento que foi praticamente intragável, e que mais serviu para atrair fãs para a AEW do que para a WWE, com direito a uma "luta" entre Alexa Bliss e Eva Marie (a despedida de Eva Marie nessa passagem), um squash temeroso da Becky Lynch (do qual falaremos mais tarde), um combate que cumpriu a promessa de ser muito fraco entre o Drew McIntyre e o Jinder Mahal (e olha que a feud nem tinha empolgado), a Charlotte Flair enterrando a Nikki Cross com seu personagem de super-heroína feliz, aquele tap-out esquisito do Rollins pro Edge e o Goldberg vendendo uma lesão ruim demais, sem contar no filhote feliz demais dele ao ser atacado pelo Bobby Lashley (pelo menos essa galera compensou no Crown Jewel mais tarde). Fora os segmentos que não ajudaram em nada, como o Xavier Woods com The Miz e John Morrison. Enfim, no que simbolizava o retorno integral do público aos grandes eventos da WWE se tornou um grande balde de água fria, abrindo o nosso Top especial de hoje.

Nada contra o Roman Reigns, muito pelo contrário, ele é um excelente lutador (diria até completo e raro de se encontrar), mas precisava estender até não poder mais o reinado dele para fazer com que muita gente simplesmente tenha ranço de olhar ele com aquele cinturão azul nas mãos cercado dos Usos e do Heyman venerando? Por quase 500 dias (e contando)? Fechando praticamente todos os Pay-Per-Views possíveis após usar da sorte em quase todas as defesas que fez (acho que ele só ganhou limpo do Cena e do Jey nesses 500 dias de campeão)? Isso sem contar no fato de que a escora nele é tão grande que o SmackDown praticamente está focado só nele e nos seus primos (obrigado Rikishi por sem um coelho gigante). É um risco gigantesco focar só no Reigns por que isso pode gerar um enorme Deus nos Acuda em caso de indisponibilidade do lutador para algo grande, sem contar que ele praticamente repete as mesmas coisas a cada promo, a cada luta, parece até que o próprio lutador se acomodou, um simbolismo para o produto da WWE em 2021, como se estivesse esperando um combate que é impossível de acontecer a curto prazo contra o The Rock, principalmente se o Vin Diesel e o Dwayne Johnson fizerem as pazes antes de Fevereiro. Essa preguiça da WWE fica em quarto lugar.

Abrindo o pódio com uma coisa bem abrangente, uma vez que eu resolvi juntar tudo o que (mais) de pior aconteceu nessa divisão que mais estraga o midcard do que ajuda o wrestling como um todo em um tópico só por que foi muita coisa ruim, mas em destaque mesmo temos a história da boneca Lily, que foi basicamente a Alexa Bliss tentando conquistar fãs moderninhos com uma roupagem de e-girl gótica chupadora de pescoço. Daí tivemos que ver uma boneca piscando e assustando uma gordona, essa mesma boneca metendo o terror em uma ex-lutadora de MMA, e poderia ter sido pior se não fosse a WWE (inacreditavelmente) escutando seus fãs e interrompendo essa história há alguns meses, dando a Alexa um descanso necessário. E além disso, ainda tivemos aquela que QUASE foi a storyline principal feminina do RAW para essa Wrestlemania, que foi a storyline entre Lacey Evans, Ric Flair e Charlotte Flair, onde Ric e Lacey tinham um caso na kayfabe e infernizavam a Charlotte, num enredo constrangedor para todos os envolvidos, mas na semana em que a Lacey seria a campeã do RAW (seria o único ponto alto da história), ela engravidou e a feud foi pro saco (a propósito, foi uma gravidez perfeita e ela já está treinando pra voltar). E ainda tem mais: o SmackDown, que teve a Bianca Belair finalmente chegando ao topo e sendo construída como um grande nome pro futuro da divisão durante o ano todo e passando pelo roster todo, até em agosto a WWE derrubar tudo em 26 segundos com a péssima ideia sem sentido do squash de Becky Lynch (que poderia ter batido o pé e recusado a ideia), num dos piores momentos do ano. Isso tudo só tirou o interesse da divisão e eu nem me alonguei tanto nos outros tópicos, como Eva Marie, a falta de sorte com a lesão da Bayley ou a divisão de duplas falida. Desejo sorte às meninas e coroas em 2022, mas em 2021 a WWE e elas mandaram muito mal.

O mais engraçado é que a WWE demitiu uma quantidade tão grande de lutadores e lutadoras que ainda é possível fazer uma empresa competitiva a ponto de brigar com a Impact pelo terceiro lugar nos Estados Unidos só usando os lutadores e lutadoras que ainda não foram contratados em outros lugares, junto com o que formava a ROH até algum tempo atrás para ajudar. Além disso, Impact e principalmente a AEW agradecem de certa forma pelos nomes que a WWE mandou embora na cara dura esse ano (alguns é até justo por que não estavam fazendo e nem iriam fazer mais nada mesmo, mas dizer que foi por corte de gastos em um ano que a empresa fechou no azul não dá ne?), como por exemplo as Inspiration (ex-Ilconics) que são campeãs de dupla na Impact ou nomes de peso para a AEW como Bryan Danielson e Adam Cole, fora uma galera que ainda pode se juntar aos rosters rivais em breve, como Killer Kross, o casal Johnny Mundo-Taya Valkyrie, e até mesmo o Kevin Owens, cujo contrato está nas últimas (aliás, outro vacilo da WWE, cuidar dos contratos melhor). Todos nomes que a WWE simplesmente deixou sair pela desculpa de corte de gastos, numa empresa que tem grana até pra fazer CGI cafona para as entradas dos lutadores, então essa atitude não foi legal, principalmente nos tempos atuais, onde o mundo inteiro sofre uma recessão econômica e as condições de vida não são tão fáceis assim.

Eu poderia até escolher algum dos outros tópicos como o grande erro da WWE em 2021, mas nada se compara com a destruição de quase uma década de um longo trabalho do Triple H (quase o matou de tanto esforço), que agora virou o NXT 2.0 do qual Já falamos neste quadro. Tudo bem que o Hunter teve a grande sorte de conseguir em mãos boa parte da maior geração que o Indy Wrestling produziu em todos os tempos (Gargano, Andrade, Cole, Rollins, Owens...), mas mesmo assim, ele junto de outros caras (como Albert, Regal e Road Dogg) conseguiu não só formar o NXT, mas como fazer com que o produto fosse uma espécie de corrente para segurar os fãs mais assíduos de wrestling por conta da qualidade do produto (as últimas 5-stars da WWE foram no NXT), criando uma identidade própria não só no sentido de produto, mas de audiência. E tinha uma boa audiência, até que veio o medo da AEW durante as tais guerras de quarta que nunca aconteceram, no que gerou uma competição que não foi nada saudável para a antiga marca amarela, e neste ano veio o tiro de misericórdia, não só com toda a mudança desnecessária de um produto que, embora um pouco desgastado ainda tinha lenha pra queimar (só precisava de pequenos ajustes), como também toda a destruição possível do legado que havia sido construído, com o NXT virando de fato uma Série B do Main Roster (com mudança de marca, roster e estilo) e claro, a derrota simbólica do Killer Kross para um ainda decadente Jeff Hardy como NXT Champion em sua estreia no RAW. Nada mais simbólico e errado para a WWE do que isso. Não era necessário destruir tudo e afugentar alguns fãs, dando ao NXT 2.0 um fracasso de audiência e repercussão até o momento em um risco enorme pensando no futuro da empresa que sofre para formar lutadores. O grande erro da WWE em 2021 sem dúvidas.