Olá damas e cavalheiros, meninos e meninas, moças e rapazes! Chegamos para mais uma edição do Truth Questions, dessa vez para falar sobre Hulk Hogan, o imortal personagem interpretado pelo recém-finado Terry Bollea, e por isso, estamos de volta em tempo recorde no quadro para fazer a edição em menor intervalo para outra em sua história. Mas Hogan é mídia, então vale a pena o improviso. Hogan surgiu no começo dos anos 80 e desde aquela época, tornou-se um canhão midiático atraindo uma base de fãs e odiadores desde a primeira pose vestido de amarelo e vermelho. Agora a pergunta desta edição especial em uma espécie de tributo ao Hulk Hogan é a seguinte:

É uma pergunta muito mureteira de propósito, para atrair a atenção dos fãs, dos haters e de qualquer um que venha um dia a ler esse artigo. Tudo isso, como dito na introdução acima, teve a ver com o altíssimo poder midiático que o Hulk Hogan sempre teve desde o primeiro boom de popularidade do wrestling durante a Golden Era dos anos 1980. E com tamanha fama, paga-se o preço de ter suas atitudes sempre muito expostas para o bem e para o mal pela geração de mídia ao redor então, por isso, divido a pergunta em três tópicos para segmentar cada base de pessoas de acordo com a opinião sobre o legendário ex-atleta:

Não é tão simples apontar pontos positivos a respeito de uma figura cercada de controvérsias que cresciam exponencialmente com o passar dos anos, mas se esse texto está sendo escrito neste momento, é indiretamente graças ao carisma do Hulk Hogan durante seu auge. Hogan ficou tão grande nos anos 80, que ficou maior que a WWE e era uma figura extremamente popular, moldando uma geração de lutadores que fez com que o wrestling finalmente saísse do status de ser um culto de caipiras e passasse a ser um produto rentável e mais respeitado no ramo dos negócios. Hogan foi o responsável por abrir um mercado para que os lutadores pudessem usar o wrestling como trampolim para abrir oportunidades futuras, e não como um último recurso para conseguir alguns trocados para sobreviver. Graças a abertura de espaços do Hogan, foi possível que nomes posteriores como The Rock, Steve Austin, Mercedes Moné, Batista e John Cena pudessem sair de suas carreiras no wrestling e emplacar uma nova em hollywood (se bem que no caso da Mercedes a carreira ainda é mais pra frente). Hogan foi o cara que norteou o marketing associado ao Wrestling, como os lutadores de destaque podendo ser vistos como vitrines de carne e osso capazes de venderem milhões apenas baseados em sua carisma, ou em alguns casos networking. Por ter norteado o conceito de super-astro e aberto um mercado para os lutadores e para o wresling, Hogan pode ser considerado o maior heroi. Fora o fato de que na sua época de face genuíno, antes dos primeiros escândalos, Hogan era o mais próximo do Superman a ter vivido na terra, a pessoa ideal. 

Agora vamos ao lado do ódio, o outro lado da moeda, aquele lado que vende, atrai os cliques e fez engajamento para o Hogan, principalmente nos tempos recentes. Hogan, como meu amigo Stone escreveu em artigo de loucuras do Hogan, foi ficando tão grande ao longo dos anos que o seu ego foi crescendo tal qual um bolo fermentado, se achando tão acima do bem ou do mal que ele acreditou que fosse capaz de passar impune para sempre em relação a qualquer coisa que fizesse a partir da primeira entrevista que ele fez na televisão apenas por ser um bombado de dois metros que dizia para as crianças rezarem e comerem bem. E ele fez. E muito. Primeiramente, usou seu poder de booking na WWE para fazer TODAS as primeiras edições da Wrestlemania girarem em torno dele, inclusive as primeiras da New Generation Era, em que ele já estava passando do auge físico, já estava sendo o pivô do caso dos esteroides, e mesmo assim, queimava nomes promissores dessa era em prol de dar a si mesmo mais holofote, como no caso dos Mega Powers ou do Cash-in sem maleta no Yokozuna. Não obstante, quando sai da WWE para a WCW, molda tudo na WCW ao seu redor, com anuência do Bischoff e do Russo, graças ao sucesso da New World Order, queimando nomes novos da empresa que não se encaixavam com o modelo de lutador parecido com o dele mesmo (bombados gigantes), e dando cada vez mais espaço para seus amigos pessoais, muitos deles, que só tiveram feitos relevantes no wrestling justamente por conta da amizade com Hogan, como exemplo, o recém-amputado Buff Bagwell. Na sua passagem da WWE nos anos 2000, idem, só que nessa época já haviam nomes carregando a empresa, como Triple H e Steve Austin, e ele não teve a chance de manipular muitas pessoas com seu booking, embora tenha conseguido passar a perna no Shawn Michaels durante o verão de 2005. Na TNA, após deixar a WWE, ele foi um dos responsáveis, talvez o grande responsável, por descaracterizar o que a empresa era (um celeiro de talentos promissores das indies que cresciam para o mundo naquele ringue de seis lados) e tentar recriar a WCW em plena década de 2010 para reviver os tempos idos dos anos 90 mais uma vez, com o booking girando em torno dele, já com quase 60 anos e pouca mobilidade, deixando a empresa refém de um senhor com crise de meia idade. Maior exemplo disso foi ele se metendo com sua filha mocreia e sem nenhum talento artístico na melhor storyline da empresa naquela época, Aces and Eights. Isso sem contar os escândalos fora do wrestling, como aquela fita pornô (à frente do seu tempo) vazada pelo pastor que revelou que ele era um baita de um racista homofóbico, e mais recentemente, seu apoio evidente ao controverso presidente dos EUA, Donald Trump, essa última que rendeu uma vaia gostosinha na sua última aparição na WWE no começo do ano.

Não tem como contestar essa afirmação. Ninguém será capaz de alcançar o que Hogan alcançou apenas como wrestler. Hogan foi um fenômeno tão grande no seu auge que é talvez um dos poucos nomes do wrestling conhecidos por quem nunca viu wrestling na sua vida. Transcendeu, ele fez com que os wrestlers que quisessem ter algum destaque daqui pra frente fossem capazes de interpretar e vender um bom personagem, é comparável ao Michael Jackson remodelando o mercado musical de videoclipes após lançar Thriller. É algo que por exemplo, nenhum nome ativo hoje no wrestling é capaz de conseguir. Tanto pelas incursões em Hollywood quanto pelo seu poder midiático. Hogan é um dos três nomes responsáveis por tirar o wrestling das escuras, ao lado do Lou Albano e do Vince McMahon. Odiado ou não, tudo o que o Hogan fez acabou tendo uma tamanha repercussão, tanto é que ele além de ter sido o responsável no ringue pela WWE explodir mundialmente, ele também foi o responsável pela única época em que a WWE foi derrotada de fato nas audiências, durante sua gestão na NWO. A camisa da New World Order virou algo cultural, algo que você fã de wrestling pode usar livremente sem sentir vergonha de assistir homens de sunga suados se agarrando e fingindo violência, e isso por que Hogan, amado ou odiado, mais odiado que amad sem dúvidas, é acima de tudo, um ícone da cultura pop, sempre relembrado em easter eggs e referências em qualquer tipo de mídia. Nenhum wrestler, nem Jon Moxley, nem John Cena, nem The Rock, nem Ric Flair, vai chegar perto do império de popularidade que o Hogan fez, por isso, para o bem ou para o mal, ele é o maior nome da história do Wrestling.

Mas é isso senhoras e senhores, final de quadro, escrito de última hora após a morte do Hogan. O engraçado é que eu estava hoje cedo pensando em como estruturar essa mesma edição se o Hulk Hogan morresse um dia. E eu pensei isso no dia certo. Dito isso, lanço as perguntas para vocês nos comentários: Para você, Hulk Hogan é o maior heroi? maior vilão? maior nome da história do wrestling? Tudo ao mesmo tempo? Nada? Fale aí, e diga também o que você acha sobre o Hulk Hogan ou qualquer coisa do tipo. No mais, voltaremos a qualquer momento com novas edições desse quadro, comentem aí e espero vocês! Forte Abraço!